🇮🇹 LE ORME DI DIO
Una riflessione per la Domenica della TRINITÀ (30-05-2021)
< Mt 28,16-20 (SS. Trinità)
I.
Nella città dove vivevo in Africa, ero amico di una famiglia di giovani sposi dei quali avevo celebrato il matrimonio. Il papà l’avevo battezzato quando era bambino e poi anni dopo ho battezzato anche i suoi due figli. Questa famiglia, che come tante altre viveva in una casa di paglia in condizioni molto modeste, aveva accolto in casa altri 3 familiari per poter farli studiare. Vedendo le loro condizioni economiche mi ero offerto di cercare un padrino per il più piccolo che avevano appena accolto in casa, un nipote rimasto orfano. Dissi allora al giovane papà: “Se vuoi posso chiedere a degli amici di fare un’adozione a distanza per un bambino povero”. E lui mi rispose meravigliato: “Ma lui non è povero, lui ha noi”.
II.
La povertà più grande per gli africani infatti non è quella di non avere soldi, ma quella di non avere una famiglia. La cultura tradizionale africana si basa sulla comunità. Il loro motto più famoso infatti è “I am because we are” (Io sono perché noi siamo), nessuno può vivere da solo, ad eccezione dei pazzi o degli indemoniati. La povertà più grande quindi è quella di non avere una famiglia. Per questo quel giovane papà mi disse che suo nipote non era povero, perché aveva una nuova famiglia. E non importa se questa famiglia vive in una casa di paglia, non importa se non c’è molto cibo da mangiare, non importa se conducono una vita piena di restrizioni. L’importante è avere una famiglia, essere una famiglia.
III.
Anche per il resto del mondo la famiglia è molto importante. Purtroppo molte volte la famiglia entra in crisi o succedono delle tragedie come quella consumata ieri a pochi passi da qui. Tanti dicono che “la famiglia è tutto”, così pure si da molta importanza alle relazioni interpersonali, alle amicizie, allo stare insieme. Sembra proprio che gli uomini siano stati creati per vivere con gli altri e a non essere felici da soli. Questa però non è la condizione solo degli uomini, ma anche dello stesso Dio dal quale siamo stati creati a sua immagine e somiglianza. Ecco da chi abbiamo preso, da Dio Trinità, Dio comunità. Noi quindi come Dio siamo comunità, relazione, amicizia, amore. Per questo non riusciamo a essere felici da soli.
IV.
Oggi solennità della Santissima Trinità, non rimaniamo a scervellarci per cercare di capire il mistero della Trinità, come è possibile essere uno e trino nello stesso tempo. Avremo tutta l’eternità per scoprire questo mistero. Oggi siamo invitati non a capire ma a godere di questo mistero, e scoprire che facciamo già parte di questa comunità e quindi a non sentirsi mai soli. Ce l’ha detto Gesù: “Ed ecco, io sono con voi tutti i giorni, fino alla fine del mondo”. Gesù ce l’ha promesso e sappiamo che Lui non mente. TUTTI i giorni, anche in quei giorni che ci sentiamo particolarmente giù, che siamo tristi, angosciati... anzi soprattutto in quei giorni.
V.
Vi ricordate la parabola delle orme sulla sabbia? Racconta di un uomo che dopo la sua morte si ritrova con Gesù a rivedere come in un film tutti i momenti della sua vita, e vedeva le proprie orme sulla sabbia accompagnate a lato dalle orme di Gesù. Giunti alla fine, questi disse a Gesù: “Tu avevi promesso che saresti rimasto sempre con me fino alla fine del mondo, ma io ho notato che proprio nei momenti più difficili mi hai lasciato da solo, le tue orme erano sparite”. E Gesù gli rispose: “Le orme rimaste che tu hai visto erano le mie. In quei momenti ti portavo in braccio”.
Quante volte siamo portati in braccio da Gesù e non ce ne accorgiamo.
Come capita quando ripensiamo ai genitori che non ci sono più e diciamo: come mi hanno voluto bene e non me ne ero reso conto.
VI.
La Solennità della Santissima Trinità ci ricorda che noi non siamo poveri, perché abbiamo il Padre, il Figlio e lo Spirito Santo, e quindi non saremo mai soli, fino alla fine del mondo.
🇵🇹 AS PEGADAS DE DEUS
Uma Reflexão para o Domingo da Trindade (30-05-2021)
< Mt 28:16-20 (Santíssima Trindade)
I.
Na cidade onde vivi em África, era amigo de uma jovem família cujo casamento fui eu que celebrei. Eu tinha baptizado o pai quando ele era criança, e anos depois também baptizei os seus dois filhos. Esta família, que como muitas outras viviam numa casa de caniço em condições muito modestas, tinha acolhido três outros familiares para que pudessem estudar. Ao ver as suas condições económicas, ofereci-me para procurar um padrinho para a criança mais nova que tinham acabado de acolher, um sobrinho que tinha ficado órfão. Disse então ao jovem pai: "Se quiseres, posso pedir a alguns amigos que façam uma adopção a distância para uma criança pobre". E ele respondeu-me maravilhado: "Mas ele não é pobre, ele tem-nos a nós".
II.
A maior pobreza para os africanos, de facto, não é a de não ter dinheiro, mas a de não ter uma família. A cultura tradicional africana é baseada na comunidade. O seu lema mais famoso é "I am because we are" (Eu sou porque nós somos), ninguém pode viver sozinho, excepto os loucos ou os possuídos. A maior pobreza, portanto, é a de não ter uma família. Foi por isso que aquele jovem pai me disse que o seu sobrinho não era pobre, porque tinha uma nova família. E não importa se esta família vive numa casa de caniço, não importa se não há muita comida para comer, não importa se levam uma vida cheia de restrições. O importante é ter uma família, ser uma família.
III.
A família é também muito importante para o resto do mundo. Infelizmente, muitas vezes a família entra em crise ou acontecem tragédias como a que aconteceu ontem, a poucos passos daqui. Muitas pessoas afirmam que "a família é tudo", assim como é dada tanta importância às relações interpessoais, às amizades e ao estar juntos. Parece que os homens foram criados para viver com os outros e não para serem felizes sozinhos. No entanto, esta não é apenas a condição da humanidade, mas também do próprio Deus de quem fomos criados à sua imagem e semelhança. Eis de quem nós puxamos, de Deus Trindade, Deus comunidade. Portanto, como Deus, somos comunidade, relacionamento, amizade e amor. É por isso que não podemos ser felizes sozinhos.
IV.
Hoje é a Solenidade da Santíssima Trindade, por isso não insistimos tentar compreender agora o mistério da Trindade, como é possível ser um e trino ao mesmo tempo. Teremos toda a eternidade para descobrir este mistério. Hoje somos convidados não a compreender mas sim a desfrutar deste mistério, e a descobrir que já fazemos parte desta comunidade e, portanto, nunca nos sentirmos sós. Jesus disse-nos: "E eis que eu estou sempre convosco, até ao fim do mundo". Jesus prometeu-nos isto e nós sabemos que Ele não mente. TODOS os dias, mesmo nos dias em que nos sentimos particularmente em baixo, quando estamos tristes, angustiados... especialmente naqueles dias.
V.
Lembram-se da parábola das pegadas na areia? Fala de um homem que, após a sua morte, se encontrou com Jesus a rever, como se estivesse num film, todos os momentos da sua vida, e viu as suas próprias pegadas na areia acompanhadas, ao lado, pelas pegadas de Jesus. No fim ele disse a Jesus: "Prometeste estar sempre comigo até ao fim do mundo, mas reparei que nos momentos mais difíceis me deixaste sozinho, as tuas pegadas tinham desaparecido". E Jesus respondeu-lhe: "As pegadas que restaram e que viste eram minhas. Nesses momentos carreguei-te nos meus braços".
Quantas vezes somos transportados por Jesus e não nos damos conta disso.
Tal como acontece quando pensamos nos pais que já não estão connosco e dizemos: como eles me amavam e eu não me apercebi disso.
VI.
A Solenidade da Santíssima Trindade lembra-nos que não somos pobres, porque temos o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e por isso nunca estaremos sós, até ao fim do mundo.
🇬🇧 GOD'S FOOTSTEPS
A Reflection for Trinity Sunday (30-05-2021)
< Mt 28:16-20 (Holy Trinity)
I.
In the town where I lived in Africa, I was friends with a young married family whose marriage I had celebrated. I had baptised the father when he was a child, and then I also baptised some years after his two sons. This family, who like many others lived in a thatched house in very modest conditions, received three other members so that they could study. Seeing their economic conditions, I offered to look for a godfather for the youngest child they had just taken in, a nephew who had been orphaned. I said to the young father: "If you want, I can ask some friends to do a long-distance adoption for a poor child". He replied in amazement: "But he is not poor, he has us".
II.
The greatest poverty for Africans is not not having money, but not having a family. Traditional African culture is based on community. Their most famous slogan is "I am because we are", no one can live alone, except for the insane or the possessed. The greatest poverty, therefore, is not having a family. That is why that young father told me that his nephew was not poor, because he had a new family. And it does not matter if this family lives in a thatched house, it does not matter if there is not much food to eat, it does not matter if they lead a life full of restrictions. The important thing is to have a family, to be a family.
III.
The family is also very important to the rest of the world. Unfortunately, many times the family is in crisis or tragedies occur, like the one that happened yesterday just a few steps from here. Many people say that "the family is all", and a great deal of importance is attached to interpersonal relationships, friendships and being together. It seems that people were created to live with others and not to be happy alone. However, this is not only the condition of human beings, but also of God himself from whom we were created in his image and likeness. This is where we come from, from God Trinity, God community. Therefore, like God, we are community, relationship, friendship, love. That is why we cannot be happy alone.
IV.
Today, the Solemnity of the Holy Trinity, let us not rack our brains trying to understand the mystery of the Trinity, how it is possible to be one and triune at the same time. We will have all eternity to discover this mystery. Today we are invited not to understand but to enjoy this mystery, and to discover that we are already part of this community and therefore never feel alone. Jesus told us: "And behold, I am with you always, until the end of the world". Jesus has promised us this and we know that He does not lie. EVERY day, even on those days when we feel particularly down, when we are sad, distressed... indeed especially on those days.
V.
Do you remember the parable of the footprints in the sand? It tells of a man who, after his death, found himself with Jesus reviewing, as if on a movie, all the moments of his life, and he saw his own footprints in the sand accompanied by the footprints of Jesus. At the end he said to Jesus: "You promised to be with me always until the end of the world, but I noticed that at the most difficult moments you left me alone, your footprints had disappeared. And Jesus answered him: "The footsteps that remained that you saw were mine. In those moments I carried you in my arms".
How many times we are carried by Jesus and do not realise it.
Like when we think back to our parents who are no longer with us and we say: "how they loved me and I didn't realise it".
VI.
The Solemnity of the Holy Trinity reminds us that we are not poor, because we have the Father, the Son and the Holy Spirit, and therefore we will never be alone, until the end of the world.
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