🇮🇹 L'IMMINENZA DI ATTESA, DI CLEMENTE REBORA
(Video e testo in 🇮🇹 italiano)
Una riflessione per la I Domenica di Avvento B (3-12-2023)
< Â Â Mc 13,33-37 (Vegliate)
I.
In questi ultimi mesi nelle stazioni italiane dei treni c'erano manifesti pubblicitari per prevenire la morte di persone distratte che immerse nel cellulare e magari con gli auricolari, oltrepassano la linea gialla col rischio di venire travolti dal treno in transito. Quei manifesti mostravano il tabellone degli orari dei treni dove al posto delle destinazioni c'era scritto: Amici: cancellati; Week-end: cancellati; Film: cancellati; compleanni: cancellati; vacanze: cancellate; sogni: cancellati. E sotto c'era scritto: "Purché rischiare di perdere tutto?". Un messaggio angustiante. Ma vedendo quei manifesti mi è venuto un pensiero ancora più angustiante pensando a coloro che stanno compiendo il viaggio della loro vita credendo che quando arriveranno col loro treno all'ultima stazione troveranno il tabellone con scritto: Amici: cancellati; compleanni: cancellati; sogni: cancellati... Immaginiamo che viaggio allegro.
II.
L'avvento ci dice invece che all'ultima stazione del nostro viaggio sulla terra, sul tabellone accanto alle voci: Amici, compleanni, sogni... non ci sarà scritto "Cancellati" ma "In perfetto orario". Alla fine della nostra vita terrena, nulla verrà cancellato, ma tutto sarà recuperato e rilanciato.
Noi non sappiamo quando sarà l'ultima tappa del nostro viaggio, come ci ricorda il vangelo: "voi non sapete quando il padrone di casa ritornerà , se alla sera o a mezzanotte o al canto del gallo o al mattino", per questo Gesù ci invita a vegliare: "Vegliate dunque... fate in modo che, giungendo all’improvviso, non vi trovi addormentati".
E tu, stai viaggiando sul treno della tua vita nell'attesa trepidante dell'incontro con l'amato o nell'attesa angustiante del cancellazione di ogni cosa bella della tua vita?
III.
L'avvento ci ricorda che noi siamo chiamati non a vivere da addormentati ma a vivere intensamente la nostra vita come una specie di Benjamin Button al contrario: vi ricordate quel protagonista del romanzo di Francis Scott Fitzgerald "Il curioso caso di Benjamin Button" dal quale fu tratto un bel film (12 nomination agli oscar, con un bravissimo Bad Pritt nei panni del protagonista)? La storia di quel bambino che era nato vecchio e che più cresceva più ringiovaniva? Noi al contrario, più passano gli anni più il nostro corpo invecchia, ma il nostro spirito invece deve ringiovanirsi ogni anno di più. La giovinezza pertanto non è legata al corpo, quello invecchia sempre più, ma è legata al cuore, allo spirito, che più il tempo passa più ringiovaniscono perché si arricchiscono sempre più di conoscenza e di amore.
E quindi non importa sapere quanti anni hai, ma quanti anni ha il tuo cuore, il tuo spirito? Non importa sapere che lavoro fai per vivere, ma cosa ti fa vivere, cosa ti fa sognare?
IV.
Vorrei concludere con una poesia di Clemente Rebora, l'affascinante poeta milanese dell'inizio del secolo scorso sul quale avevo fatto la mia tesina per l'esame di maturità al liceo classico. Egli che era stato educato dal padre in un ambiente laico e mazziniano, dopo la laurea in lettere si liberò dall'influenza paterna per cominciare un cammino spirituale di conversione che lo avrebbe portato infine alla vita religiosa e al sacerdozio.
Il suo capolavoro è la poesia dal titolo "Dall'immagine tesa" considerata una delle vette poetiche del 900 che segna il passaggio dagli anni giovanili e tormentati di ricerca all'approdo alla fede.
Dall’immagine tesa
vigilo l’istante
con imminenza di attesa –
e non aspetto nessuno:
nell’ombra accesa
spio il campanello
che impercettibile spande
un polline di suono –
e non aspetto nessuno:
fra quattro mura
stupefatte di spazio
più che un deserto
non aspetto nessuno.
Ma deve venire,
verrà , se resisto
a sbocciare non visto,
verrà d’improvviso,
quando meno l’avverto.
Verrà quasi perdono
di quanto fa morire,
verrà a farmi certo
del suo e mio tesoro,
verrà come ristoro
delle mie e sue pene,
verrà , forse già viene
il suo bisbiglio.
Dopo aver ripetute per tre volte nella prima parte della poesia "non aspetto nessuno" nella seconda parte che inizia con "Ma deve venire" ripete poi per sei volte "verrà ".
E' questa fede nell'amato che verrà che ci fa viaggiare tranquilli sul treno della nostra vita, perché sappiamo che quando arriveremo alla stazione sul tabellone accanto alle voci delle cose più belle della nostra vita non troveremo "cancellati" ma "in perfetto orario".
Nell'immagine di fondo: fotografia del manifesto delle stazioni delle Ferrovie dello Stato
Nella musica di sottofondo: The Curious Case Of Benjamin Button - Soundracks - Bethena: A Concert Waltz + Sheet Music & MIDI
🇵🇹 A IMINÊNCIA DA ESPERA, POR CLEMENTE REBORA
(VÃdeo e texto em 🇵🇹 português)
Uma reflexão para o Primeiro Domingo do Advento B (3-12-2023)
< Mc 13,33-37 (Vigiais)
I.
Nos últimos meses foram afixados cartazes nas estações de comboios italias para evitar acidentes de pessoas distraÃdas que, imersas nos seus telemóveis e talvez com auriculares, atravessam a linha amarela correndo o risco de serem atropeladas pelo comboio que passa. Esses cartazes mostravam o quadro de horários do comboio onde, em vez de destinos, se lia: Amigos: cancelados; Fins-de-semana: cancelados; Filmes: cancelados; Aniversários: cancelados; Férias: canceladas; Sonhos: cancelados. E, por baixo, estava escrito: "Porquê arriscar perder tudo?". Uma mensagem angustiante. Mas ver aqueles cartazes deu-me um pensamento ainda mais angustiante, pensando naqueles que estão a fazer a viagem das suas vidas, acreditando que quando chegarem à última estação do comboio, vão encontrar o quadro a dizer: Amigos: cancelados; aniversários: cancelados; sonhos: cancelados... Imaginem que viagem tão alegre.
II.
O Advento diz-nos, pelo contrário, que na última estação da nossa viagem na terra, no quadro ao lado das inscrições: Amigos, aniversários, sonhos... não estará escrito "cancelado", mas "a tempo". No final da nossa vida terrena, nada será cancelado, mas tudo será recuperado e relançado.
Não sabemos quando será a última etapa da nossa viagem, como nos recorda o Evangelho: "Não sabeis quando voltará o dono da casa, se à noite ou à meia-noite, se ao cantar do galo ou de manhã", e é por isso que Jesus nos convida a vigiar: "Vigiai, pois... para que, vindo de repente, não vos encontre a dormir".
E tu, percorres o comboio da tua vida na expetativa ansiosa do encontro com o amado ou na expetativa angustiante da anulação de tudo o que é bom na tua vida?
III.
O Advento recorda-nos que somos chamados não a viver adormecidos, mas a viver intensamente a nossa vida, como uma espécie de Benjamin Button ao contrário: lembram-se do protagonista do romance de Francis Scott Fitzgerald "O curioso caso de Benjamin Button", a partir do qual foi feito um belo filme (12 nomeações para os Óscares, com um excelente Bad Pritt no papel principal)? A história da criança que nasceu velha e que foi ficando mais nova à medida que crescia. Nós, pelo contrário, quanto mais os anos passam, mais o nosso corpo envelhece, mas o nosso espÃrito, pelo contrário, deve rejuvenescer todos os anos. A juventude, portanto, não está ligada ao corpo, que envelhece cada vez mais, mas está ligada ao coração, ao espÃrito, que quanto mais o tempo passa, mais rejuvenesce, porque se enriquece cada vez mais de conhecimento e de amor.
Por isso, não importa a tua idade, mas qual é a idade do teu coração, do teu espÃrito? Não importa o que fazes para viver, mas o que te faz viver, o que te faz sonhar?
IV.
Gostaria de concluir com um poema de Clemente Rebora, o fascinante poeta milanês do inÃcio do século passado, sobre o qual fiz a minha tese para o exame de fim de curso no liceu clássico. Ele, que tinha sido educado pelo pai num ambiente laico e mazziniano, depois de se ter licenciado em literatura, libertou-se da influência paterna para iniciar um caminho espiritual de conversão que o conduziria à vida religiosa e ao sacerdócio.
A sua obra-prima é o poema intitulado "Dall'immagine tesa" (Da imagem tensa), considerado um dos picos poéticos do século XX, que marca a transição entre os seus anos atormetados de busca juvenil até a sua chegada à fé.
Da imagem tensa
Olho o instante
com a iminência da espera -
e não espero por ninguém:
na sombra iluminada
espio o sino
que impercetivelmente espalha
um pólen de som -
e não espero por ninguém:
entre quatro paredes
estupefacto com o espaço
mais do que um deserto
não espero por ninguém.
Mas ele tem de vir,
virá, se eu resistir
para florescer sem ser visto,
ele virá de repente,
quando eu menos o sentir.
Virá quase como um perdão
do que faz morrer,
ele virá para me dar a certeza
do seu e do meu tesouro,
ele virá como um alÃvio
das minhas e das suas dores,
ele virá, talvez já
o seu sussurro.
Depois de repetir "não espero por ninguém" três vezes na primeira parte do poema, na segunda parte, que começa com "Mas ele tem de vir", repete seis vezes "ele virá".
É esta fé no ser amado que virá, que nos faz viajar tranquilamente no comboio da nossa vida, porque sabemos que quando chegarmos à estação, no quadro ao lado lista das coisas mais belas da nossa vida, não encontraremos "cancelado" mas sim "a tempo".
Na imagem de fundo: fotografia do cartaz da estação de Ferrovie dello Stato
Na música de fundo: The Curious Case Of Benjamin Button - Soundracks - Bethena: A Concert Waltz + Sheet Music & MIDI
🇬🇧 THE IMMINENCE OF WAITING, BY CLEMENTE REBORA
(Video and text in 🇬🇧 English)
A reflection for the First Sunday of Advent B (3-12-2023)
< Mk 13:33-37 (Watch)
I.
In recent months there have been posters in Italian train stations to prevent accidents with distracted people who, immersed in their mobile phones and perhaps wearing earphones, cross the yellow line at the risk of being run over by the passing train. Those posters showed the train timetable board where instead of destinations it said: Friends: deleted; Weekends: cancelled; Movies: cancelled; Birthdays: cancelled; Holidays: cancelled; Dreams: cancelled. And underneath it was written: "Why risk losing everything?". A distressing message. But seeing those posters gave me an even more distressing thought, thinking of those who are on the journey of their lives, believing that when they arrive at the last station with their train, they will find the board saying: Friends: cancelled; birthdays: cancelled; dreams: cancelled... Imagine what a joyful journey.
II.
Advent tells us instead that at the last station of our journey on earth, on the board next to the entries: Friends, Birthdays, Dreams... it will not say 'Cancelled' but 'On time'. At the end of our earthly life, nothing will be cancelled, but everything will be retrieved and relaunched.
We do not know when the last stage of our journey will be, as the gospel reminds us: 'you do not know when the master of the house will return, whether in the evening or at midnight or at cockcrow or in the morning', which is why Jesus invites us to keep watch: 'Watch therefore... see to it that, coming suddenly, he does not find you asleep'.
And you, are you travelling on the train of your life in happy waiting for the meeting with the Beloved or in anxious waiting for the cancellation of everything good in your life?
III.
Advent reminds us that we are called upon not to live asleep but to live our lives intensely like a kind of Benjamin Button in reverse: do you remember that protagonist of Francis Scott Fitzgerald's novel 'The Curious Case of Benjamin Button' from which a beautiful film was made (12 Oscar nominations, with a very good Bad Pritt in the lead role)? The story of the child who was born old and who got younger the more he grew. We, on the contrary, the more the years go by, the older our body gets, but our spirit, on the other hand, must get younger every year. Youth, therefore, is not linked to the body, that gets older and older, but it is linked to the heart, to the spirit, which the more time passes the more they rejuvenate because they become more and more enriched with knowledge and love.
And so it doesn't matter how old you are, but how old is your heart, your spirit? It does not matter what you do for a living, but what makes you live, what makes you dream?
IV.
I would like to conclude with a poem by Clemente Rebora, the fascinating Milanese poet from the beginning of the last century on whom I had done my thesis for my high school graduation exam at the classical lyceum. He who had been educated by his father in a secular and Mazzinian environment, after graduating in literature freed himself from his father's influence to begin a spiritual journey of conversion that would eventually lead him to religious life and the priesthood.
His masterpiece is the poem entitled 'Dall'immagine tesa' (From the taut image), considered one of the poetic peaks of the 20th century, which marks the transition from his youthful and tormented years of searching to his coming to faith.
From the strained image
I watch the instant
with imminence of expectation -
and I wait for no-one:
in the lighted shadow
I spy the bell
which imperceptibly spreads
a pollen of sound -
and I wait for no one:
within four walls
stupefied with space
more than a desert
I wait for no one.
But he must come,
it will come, if I resist
to blossom unseen,
it will come suddenly,
when I least feel it.
It will come almost forgiveness
of what it does to die,
he will come to make me certain
of his and my treasure,
he will come as a refreshment
of my and his pains,
he will come, perhaps already
his whisper.
After repeating 'I wait for no one' three times in the first part of the poem, in the second part beginning 'But he must come' he then repeats 'he will come' six times.
It is this faith in the Beloved one who will come that makes us travel peacefully on the train of our lives, because we know that when we arrive at the station on the board next to the entries of the most beautiful things in our lives we will not find 'cancelled' but 'on time'.
In the background image: photograph of the Ferrovie dello Stato station poster
In the background music: The Curious Case Of Benjamin Button - Soundracks - Bethena: A Concert Waltz + Sheet Music & MIDI
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